
PERNAMBUCO DAS NAÇÕES DE MARACATU

O Maracatu Nação, ou de Baque Virado, tem sua origem na Instituição dos Reis Negros, ou Reis do Congo, que acontecia em Pernambuco durante o período da escravidão e consistia na coroação de lideranças negras.
Os negros escravizados provinham de tribos africanas que, dominadas por tribos rivais, eram vendidas aos mercadores portugueses. Nesta transação, eram comercializados todos os integrantes da tribo subjugada, inclusive os seus governantes. Chegando ao Brasil, os escravos eram novamente vendidos e levados às fazendas de açúcar onde, mesmo confinados nas senzalas, seguiam os líderes das suas tribos, organizando-se em Nações. Percebendo isso, os senhores de engenho permitiram a realização da Instituição (coroação) dos Reis Negros, com o apoio da Igreja Católica, como forma de controlar mais facilmente o espírito revoltoso dos escravos. Cada Nação seguia politicamente a um Rei aqui instituído e, espiritualmente, a vários Babalorixás ou Ialorixás (Pais ou Mães-de-Santo). No Recife, as Nações Negras eram compostas por pessoas de várias procedências, principalmente de Angola, Congo e Moçambique.
As coroações ocorriam no dia de Nossa Senhora do Rosário, dentro da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no bairro da Boa Vista. As cerimônias eram dirigidas pelo Pároco daquela Freguesia. Após a coroação, os negros saíam em cortejo pelas ruas da Cidade até a fazenda, tocando suas alfaias (tambores) e louvando os Orixás, de maneira disfarçada pelo sincretismo religioso, onde cada Orixá era associado a um Santo Católico, o que persiste ainda hoje. Na fazenda, a festa continuava, sob o olhar cuidadoso do capataz e seus assistentes. Sempre que os negros comemoravam datas especiais, como o dia de Nossa Senhora do Rosário e de Santo Antônio, os senhores de engenho utilizavam o termo "maracatu" para definir pejorativamente tal reunião.
Devido ao longo período longe da África e dos seus costumes, os negros adotaram a organização política e os vestuários da Corte Portuguesa nas suas Nações. Além do casal real, existem Príncipes, Embaixadores, Condes, soldados, pajens, vassalos, entre outros. Todos vestidos à Luís XV. Como em toda Corte Real há escravos, nas Cortes das Nações de Maracatu não poderia ser diferente. Eles são representados pelos batuqueiros da Nação.
Do Século XVI até o final do XIX, período da Instituição dos Reis Negros, todas as Nações cultuavam os Orixás-Reis do povo Nagô: Xangô, o deus guerreiro do trovão, e Ia

As coroações continuaram a ser realizadas, tal como antigamente, até o ano de 1980 quando aconteceu a cerimônia de Dª Elda Viana, Rainha da Nação do Maracatu Porto Rico. Esta foi a última coração segundo a tradição Nagô das antigas Nações Negras. No ano se

Pernambuco foi o berço e é o maior pólo brasileiro de Maracatus que, assim como o Frevo, é um folguedo genuinamente pernambucano. Atualmente existem Nações de Maracatu ou grupos fortemente influenciados por elas em vários Estados do Brasil e outros Países, como Portugal, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Bélgica, Inglaterra, Finlândia e Holanda.
As atuais Nações de Maracatu em Pernambuco ainda guardam muitas características da Instituição dos Reis Negros. Com o tempo, a tradição religiosa ganhou força, o termo "maracatu" passou a definir oficialmente a manifestação e esta evoluiu para folguedo popular, tornando-se um dos principais elementos na nossa cultura. Além das tradicionais Nações de Maracatu, como a Nação do Maracatu Porto Rico (fundada em 1916), a Nação do Maracatu Estrela Brilhante do Recife (fundada em 1906), a Nação do Maracatu Leão Coroado (fundada em 1880) e a Nação do Maracatu Elefante (a mais antiga, fundada em 1800), existem Nações fundadas recentemente, seguindo os mesmos preceitos e garantindo a continuidade da tradição.
MARACATU RURAL - A FESTA DOS CABOCLOS GUERREIROS
O Maracatu Rural, ou Maracatu de Baque Solto, nasceu da fusão de vários folguedos populares de origem afro-indígena que existiam nos engenhos de cana-de-açúcar da Zona da Mata Norte do nosso Estado, principalmente em Nazaré da Mata, que nessa época era um dos mais importantes centros culturais e econômicos de Pernambuco.

No Século passado, na década de 50, o Maestro Guerra-Peixe deu a esse folguedo, também exclusivamente pernambucano, a nomenclatura oficial de Maracatu de Baque Solto e, na ocasião, declarou esta ser uma das mais belas representações da cultura brasileira. Vivendo basicamente do corte da cana-de-açúcar ou de subempregos, os brincantes do Maracatu Rural dão um verdadeiro exemplo de resistência quando, apesar de todas as dificuldades e total desamparo, conseguem manter viva a tradição. Esses homens fortes, ajudados por suas famílias, confeccionam suas próprias fantasias, onde cada um deles se doa, de corpo e alma, a esse brinquedo. A recompensa é a alegria de ser um brincante e emocionar os foliões durante o carnaval.
A musicalidade do Maracatu de Baque Solto vem da sua orquestra, formada por instrumentos de percussão e um naipe de sopros, com destaque para o trombone. O ritmo é a marcha, executada em quatro, seis e dez linhas rítmicas e com uma melodia bem característica. A principal figura do grupo é o Mestre, que puxa as toadas, ao mesmo tempo em que a orquestra silencia.
Além do Mestre, merecem destaque o Mateus, o Bastião, a Catirina, os Caboclos de Pena e os Caboclos de Lança, símbolo maior do Maracatu Rural. Fazendo evoluções com saltos e malabarismos, o Caboclo de Lança abre espaço no meio da multidão. Sua fantasia é comp
O Maracatu Rural sobrevive à custa do esforço e dedicação de seus brincantes. Alguns se destacam pela luta incessante em prol de condições mais dignas para o brinquedo, como fez durante toda a sua vida o saudoso Mestre Salustiano, fundador do Maracatu Piaba de Ouro, de Olinda. E para homenagear o Mestre Salu, vai um trecho de uma de suas toadas:
“Salu na rabeca é bom
Igual doce de caju...
Não tenho inveja de tu.
Quem quiser luxar que luxe,
Eu sou o tampa de Crush
Cantando Maracatu!
Maracatu vai,
Maracatu vem.
Maracatu foi criado
Nas senzalas de engém.”
PAPAGUNS, CAIPORAS E CARETAS - A FOLIA NO INTERIOR


Seguindo novamente pela BR 232, a nossa próxima parada é a cidade de Pesqueira, distante 209km do Recife. Conhecida como a Terra dos Caiporas, título que conquistou em 1962, quando saiu o primeiro bloco carnavalesco dessas personagens pra lá de exóticas: homens, mulheres e crianças,

O nosso giro pelo interior do Estado termina em Triunfo, a Ter


Frevo
Em Pernambuco, entre os anos de 1910 e 1911, ocorreu o aparecimento de um ritmo carnavalesco bastante animado e que é famoso até hoje: o frevo. A palavra frevo vem de ferver, uma vez que, o estilo de dança faz parecer que abaixo dos pés das pessoas exista uma superfície com água fervendo.
Este estilo pernambucano de carnaval é um tipo de marchinha bastante acelerada, que, ao contrário de

Apesar de parecerem simples ao olhar, os passos do frevo são bem complicados, pois, esta dança inclui: gingados, malabarismos, rodopios, passinhos miúdos e muitos outros passos complicados.
Os dançarinos de frevo encantam com sua técnica e improvisação, sendo que esta última é bastante utilizada. Para complementar a beleza da dança, eles usam uma sombrinha ou guarda-chuva aberto enquanto dançam.
Como vimos, o frevo é tocado, contudo, em alguns casos, ele também pode ser cantado. Há ainda uma forma mais lenta de frevo, e esta, é chamada de frevo-canção.

Veja mais em Luz do guerreiro.
Para saber mais sobre maracatu e outros:
Frevo
Coco
Caboclinho
Maracatu Leao coroado
Maracatu Nação Porto rico
Maracatu Estrela brilhante
Maracatu Nação
Fundaj
Homem da meia noite
(+) Blog Brincante
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